quinta-feira, 21 de julho de 2011

Maior descoberta do século xx

Imagine uma descoberta que possibilitasse a cura de várias doenças fatais e que permitisse salvar a vida de milhões de pessoas de uma só vez. Pensou? Pois essa descoberta já aconteceu! A penicilina é um remédio tão fantástico que seus efeitos chegaram a ser comparados a um milagre.
A penicilina foi o primeiro antibiótico usado com sucesso no tratamento de infecções causadas por bactérias. A palavra antibiótico vem do grego e significa contra a vida – não contra a nossa vida, mas contra a vida das bactérias, é claro.
Antes do desenvolvimento da penicilina, muitas pessoas morriam de doenças que, hoje, não são mais consideradas perigosas. Só para você ter uma idéia, apenas machucar-se num prego, por exemplo, poderia, eventualmente, levar à morte.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a penicilina salvou a vida de milhões de soldados feridos nos campos de batalha. Graças aos antibióticos, doenças como pneumonia, sífilis, gonorréia, febre reumática e tuberculose deixaram de ser fatais.
Hoje, sabe-se que a penicilina que já salvou tantas vidas também pode provocar reações alérgicas sérias em algumas pessoas e, inclusive, levar à morte. Apesar disso, a penicilina ainda é o antibiótico mais usado em todo o mundo.

A descoberta

Alexander Fleming foi o cientista que descobriu a penicilina. A descoberta aconteceu em 1928, enquanto o pesquisador trabalhava num hospital de Londres, na Inglaterra, em busca de uma substância que pudesse ser usada no combate a infecções bacterianas (causadas por bactérias). Fleming havia trabalhado como médico em hospitais militares durante a Primeira Guerra Mundial e, por isso, sabia o quanto era urgente produzir esse medicamento.
Alexander Fleming
Em suas pesquisas, Fleming fazia o que os cientistas chamam de cultura, ou seja, colocava bactérias numa placa cheia de nutrientes, em condições ideais para elas crescerem e se multiplicarem, a fim de poder observá-las. Um dia, o pesquisador saiu de férias e esqueceu, em cima da mesa no laboratório, placas de cultura de uma bactéria responsável, na época, por graves infecções no corpo humano: a Staphylococcus aureus. Ao retornar, semanas depois, percebeu que algumas dessas placas estavam contaminadas com mofo, algo bastante comum.
Fleming estava prestes a lavar as placas, quando Merlin Pryce, seu antigo assistente, entrou no laboratório e lhe perguntou como iam suas pesquisas. Fleming apanhou novamente as placas para explicar alguns detalhes e então percebeu que, em uma das placas, havia uma área transparente ao redor do mofo, indicando que não havia bactérias naquela região. Aparentemente, o fungo que tinha causado o mofo estava secretando uma substância que matava as bactérias. Fungo da penicilina
Fleming identificou esse fungo como Penicillium notatum e, por isso, chamou a substância produzida por ele de penicilina. Posteriormente, descobriu-se que a penicilina matava também outros tipos de bactérias, e o melhor: ela não era tóxica para o corpo humano, o que significava que poderia ser usada como medicamento.

Produção em larga escala

Devido às dificuldades de se produzir penicilina em quantidade suficiente para ser usada no tratamento de pacientes, inicialmente, a descoberta de Fleming não despertou maior interesse na comunidade científica. Foi somente com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939, que dois cientistas, Howard Florey e Ernst Chain, retomaram as pesquisas e conseguiram produzir penicilina com fins terapêuticos em escala industrial. Assim, estava inaugurada uma nova era para a medicina - a era dos antibióticos. Por suas pesquisas, Fleming, Florey e Chain receberam, em 1945, o Prêmio Nobel de Medicina.
Alexander Fleming
Durante algum tempo, acreditou-se que os antibióticos decretariam o fim das mortes humanas provocadas por infecções bacterianas. Entretanto, atualmente, sabe-se que, de tempos em tempos, surgem novas bactérias resistentes aos antibióticos e, assim, esses medicamentos perdem o efeito.
Alexander Fleming
O uso indiscriminado de antibióticos, tanto por médicos quanto por pacientes, contribuiu, em muito, para o aparecimento de bactérias super-resistentes. Os erros mais comuns que as pessoas cometem são tomar antibióticos para doenças não bacterianas, como a maior parte das infecções de garganta, gripes ou diarréias, e interromper o tratamento antes do prazo recomendado pelo médico.
Fonte: www.museudavida.fiocruz.br
Alexander Fleming





Uma nova era abriu-se para a medicina com a descoberta acidental da penicilina por Fleming.
O primeiro de uma longa série de antibióticos tornou facilmente curável grande número de doenças anteriormente fatais.
Alexander Fleming nasceu em 6 de agosto de 1881, em Lochfield, no condado escocês de Ayr, no Reino Unido. Formou-se na escola de medicina do Hospital Saint-Mary, em Londres, e logo começou a pesquisar os princípios ativos antibacterianos, que acreditava não serem tóxicos para o tecido humano. Durante a primeira guerra mundial, serviu no corpo médico da Marinha, sem interromper as pesquisas. Terminada a guerra, foi nomeado professor de bacteriologia do Hospital Saint-Mary e, mais tarde, diretor adjunto.
Em 1921, Fleming identificou e isolou a lisozima, uma enzima bacteriostática (que impede o crescimento de bactérias) presente em certos tecidos e secreções animais, como a lágrima e a saliva humanas, e na albumina do ovo.
Em 1928 era professor do colégio de cirurgiões e estudava o comportamento da bactéria Staphylococcus aureus quando observou uma substância que se movia em torno de um fungo da espécie Penicillium notatum, demonstrando grande capacidade de absorção dos estafilococos. Fleming batizou essa substância com o nome de penicilina e, um ano mais tarde, publicou os resultados do estudo no British Journal of Experimental Pathology.
Alexander Fleming
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Não pareciam então promissoras as tentativas de aplicar esse material ao tratamento das infecções humanas, devido a sua instabilidade e falta de potência. Anos depois, um grupo de pesquisadores da Universidade de Oxford interessou-se pela possibilidade de produzir penicilina estável para fins terapêuticos. Uma década após a publicação da pesquisa de Fleming, os americanos Ernst Boris Chain e Howard Walter Florey conseguiram isolar a penicilina em estado anidro, ou seja, na ausência de umidade.
Em 1941 o novo produto começou a ser comercializado nos Estados Unidos, com excelentes resultados terapêuticos no tratamento de doenças infecciosas.
Fleming foi reconhecido universalmente como descobridor da penicilina e eleito membro da Royal Society em 1943. Um ano depois, foi sagrado cavaleiro da coroa britânica. Em 1945, Sir Alexander Fleming obteve novo reconhecimento por seu trabalho de pesquisa ao receber o Prêmio Nobel de fisiologia e medicina, junto com os americanos Chain e Florey.
O cientista teve oportunidade de acompanhar a repercussão de sua descoberta e a evolução dos antibióticos, medicamentos dos mais utilizados no mundo e responsáveis pela cura de doenças graves, como a tuberculose. Morreu em Londres, em 11 de março de 1955.

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