Um remédio tradicionalmente utilizado no tratamento do diabetes pode ser o novo aliado para a prevenção do câncer de mama. Foi o que indicou um estudo apresentado durante o encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, realizado em Chicago (EUA) entre os dias 4 e 7 de junho. A pesquisa, conduzida pelo professo Rowan Chlebowski, da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), ainda não traz dados conclusivos, mas apresenta indicativos que podem chegar a resultados animadores em estudos futuros.
O estudo de Chlebowski analisou mulheres diabéticas no período pós-menopausa (a partir de 45 anos de idade). Ao final da observação, o cientista percebeu que as mulheres que se tratavam com metformina, uma droga usada há muitas décadas para o tratamento do diabetes, tinham uma incidência menor de câncer de mama em relação às que não tomavam o remédio. A diferença no surgimento de casos de câncer ficou em torno de 38% entre os dois grupos. Esta pode ser uma evidência de que a metformina tem potencial para ser usada também como um medicamento quimiopreventivo.
No entanto, antes que os médicos comecem a receitar este remédio para pacientes em idade de maior risco para câncer, é preciso entender que o estudo ainda precisa de um aprofundamento maior. “Ele não é conclusivo, mas um estudo epidemiológico observacional preliminar. É uma hipótese que precisará de validação em pesquisas controladas prospectivas sobre a relação entre metformina e a redução do risco de câncer de mama”, analisa o oncologista clínico do HSM Diagnóstico, Williams Barra, que participou da conferência em Chicago. “Como a metformina é um medicamento antigo que já tem a patente quebrada, não creio que os maiores laboratórios tenham interesse em pesquisá-lo. Talvez seja mais interessante para grandes instituições ou grupos de saúde pública”, explica o médico
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