A China terá 1,5 bilhão de habitantes no ano 2035, quando a curva demográfica vai alcançar um ponto máximo e sua população começará a diminuir, segundo um novo estudo publicado hoje pelo jornal "China Daily".
O documento, elaborado por mais de 300 professores e que conta com o sinal verde do Conselho de Estado (Executivo), afirma que o desequilíbrio de gênero será ainda maior. A previsão é de 119 nascimentos de meninos para cada 100 meninas, 2 a mais que hoje.
A média internacional é de 103 a 107 meninos para 100 meninas.
A política do filho único evitou, segundo o Governo, o nascimento de 400 milhões de pessoas desde o início dos anos 70. Outra conseqüência foi envelhecer a população.
Ggrupos de defesa dos direitos humanos culpam a política pelo desequilíbrio de sexos no país. Em algumas regiões, mulheres procedentes de outros lugares ou países são seqüestradas para casamentos à força.
A sociedade chinesa tradicionalmente prioriza os bebês do sexo masculino. Por isso são freqüentes os abortos seletivos no país.
Apesar de proibidos, eles são praticados ilegalmente em várias clínicas.
Uma nova minuta do Código Penal propõe acusações criminais para quem ajudar os pais a conhecer o sexo do feto, para evitar abortos de meninas.
A modernização da sociedade urbana, onde as mulheres não querem prejudicar suas carreiras com um bebê, tem contribuído para o processo. O momento-chave será daqui a 30 anos, quando haverá mais mortes que nascimentos no país.
O Governo chinês se prepara, no entanto, para um novo "baby boom" nos próximos cinco anos. As crianças que nasceram na última explosão demográfica em breve começarão a ter descendentes, segundo Jiang Fan, subdiretor da Comissão Nacional de População e Planejamento Familiar.
Será o quarto pico de crescimento nos últimos 50 anos, após os das décadas de 50, 60 e 80. O primeiro foi causado pelo fim da guerra; o segundo porque Mao Tsé-Tung aconselhou os chineses a terem mais filhos para aumentar a produtividade; e o terceiro pela autorização às famílias rurais para ter dois filhos se o primeiro fosse menina.
Os autores do estudo recomendaram ao Governo que mantenha as políticas de controle demográfico, com a taxa de fertilidade em 1,8 criança por mulher. "Uma taxa maior ou menor não seria boa para o desenvolvimento econômico e social da China", analisou Jiang.
Em 2005, a população chinesa foi calculada em 1,307 bilhão de habitantes
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